Seul responde à ameaça nuclear de Pyongyang
A resposta será com ‘míssil monstro’ capaz de atingir bunkers
“Se a Coreia do Norte tentar usar armas nucleares, enfrentará resposta resoluta e esmagadora”, disse o presidente Yoon Suk-yeol
A Coreia do Sul apresentou nesta semana uma arma criada especialmente para responder às ameaças nucleares de Pyongyang.
Não se trata de um artefato de destruição em massa, mas de um míssil convencional, embora extraordinariamente poderosos, que teria a capacidade inclusive de penetrar no solo e atingir os bunkers norte-coreanos. As informações são da rede Al Jazeera.
Apresentado durante desfile militar no Dia Nacional das Forças Armadas, em Seul, o Hyunmoo-5 ganhou o apelido de “míssil monstro” devido à ogiva de oito toneladas que pode carregar. Por isso, se enquadra na categoria dos artefatos de curto alcance, mas pode atingir até cinco mil quilômetros se for equipado com uma ogiva de mísseis balísticos convencionais, de uma tonelada.
“Se a Coreia do Norte tentar usar armas nucleares, enfrentará a resposta resoluta e esmagadora de nossos militares e da aliança Coreia do Sul-EUA”, disse o presidente Yoon Suk-yeol às tropas durante o desfile. “Esse dia será o fim do regime norte-coreano. O regime norte-coreano deve abandonar a ilusão de que as armas nucleares irão protegê-los.”
Testado com sucesso no ano passado, o Hyunmoo-5 pode atingir até dez vezes a velocidade do som na descida, o que permite a ele usar a energia cinética para penetrar em bunkers antes da explosão.
Seul já iniciou a produção em massa do novo armamento. Em caso de conflito com a Coreia do Norte, ele seria decisivo para atingir as instalações subterrâneas do vizinho, que nelas armazena boa parte de suas armas.
Ameaça nuclear
A escalada de tensão na Península Coreana não é recente e em boa parte se deve aos seguidos testes de mísseis pela Coreia do Norte, que levaram os EUA e seus aliados a realizarem manobras militares voltadas a intimidar o regime comunista, para assim conter sua beligerância.
Em dezembro, a ONU (Organização das Nações Unidas) fez um alerta à Coreia do Norte após mais um lançamento. No caso, o país testou um míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) do tipo Hwasong-18, que voou uma distância de cerca de mil quilômetros e atingiu uma altitude de 6,5 mil quilômetros antes de cair no mar.
Também no fim do ano passado, a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) disse ter detectado níveis crescentes de atividade em um reator nuclear do complexo de Yongbyon, indício de que o país trabalha para obter mais plutônio para armas nucleares.
Em comunicado, a AIEA disse que a movimentação em Yongbyon é “motivo de preocupação” e alertou que o desenvolvimento do programa nuclear norte-coreano “é uma violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e é profundamente lamentável.”
FONTE: JORNAL A REFERÊNCIA